segunda-feira, 30 de agosto de 2010

Site de volta

Caros leitores,
depois do susto, a bonança.
O servidor conseguiu o back up do Filmes Polvo, e o site está de volta ao ar. Esperamos não voltar a acontecer. Testem à vontade: www.filmespolvo.com.br

Atenciosamente,
Equipe Filmes Polvo

quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Site Filmes Polvo

Caros leitores,

tivemos um problema grave com nosso host, o que acarretou em sérios problemas no armazenamento de nossos dados, portanto, ficaremos um período – que esperamos seja o mais breve possível – fora do ar somente com nosso blog ativo. Precisaremos mudar de host e averiguar como recuperar tudo que perdemos no site, pois, aliás, ainda não sabemos a dimensão desta perda.

Acabamos de ficar sabendo e pedimos desculpas pelo contratempo, que afetou a todos nós.

Abraços angustiados,

Equipe Filmes Polvo

sexta-feira, 20 de agosto de 2010

50 anos de "Psicose"



por Marcelo Miranda

Quando "Psicose" foi lançado nos EUA, em 16 de junho de 1960, uma publicidade protagonizada pelo próprio diretor Alfred Hitchcock proibia qualquer espectador a entrar na sala de cinema depois que o filme tivesse começado. Reza a lenda, inclusive, que Hitchcock em pessoa circulava pelos lugares fiscalizando se sua ordem expressa era cumprida à risca. O motivo, o cineasta explicou em entrevista a François Truffaut: "Os retardatários ficariam esperando o momento de ver [a atriz] Janet Leigh [em cena], quando, na verdade, ela já teria deixado a tela e morrido!".

Hitchcock tinha plena noção de que matar a protagonista de seu filme aos 45 minutos de projeção era um ato não apenas ousado, mas absolutamente inesperado - mais ainda se a personagem em questão era interpretada por uma estrela reconhecida como Leigh.

No próximo dia 25, completam-se 50 anos da estreia de "Psicose" no Brasil. Foram menos de dois meses de espera em relação às primeiras exibições nos EUA, mas o suficiente - numa era anterior à circulação hiperveloz da informação, como hoje - para manter o mistério em torno tanto da morte de Marion Crane (Leigh), quanto do segredo de Norman Bates (Anthony Perkins), e quanto à identidade do assassino.

"O suspense é antes de tudo a dramatização do material narrativo de um filme ou ainda a apresentação mais intensa possível de situações dramáticas", descreveu o crítico e pesquisador Ismail Xavier no prefácio de "Hitchcock/Truffaut" (Cia das Letras, 1993-2004). As palavras sintetizam toda a obra do diretor inglês e, mais ainda, a essência de "Psicose".

Rodado em menos de três meses, em preto e branco, com técnicos de televisão, orçamento de apenas US$ 800 mil e sem qualquer esperança da produtora Universal de que fosse render algum centavo, o longa se tornou a maior bilheteria de toda a vasta carreira de Hitchcock, integrada por 53 filmes realizados entre 1922 e 1976. "Psicose" faturou, na época, US$ 15 milhões, valor astronômico em se tratando de um suspense barato, adaptado do obscuro romance escrito por Roberto Bloch.

A propósito do livro de Bloch, disse Hitchcock: "Acho que a única coisa que me agradou e me fez decidir fazer o filme foi o caráter repentino do assassinato no chuveiro". A cena mais famosa de "Psicose" era, no fundo, o atrativo do diretor. Hitchcock se notabilizou por uma forma peculiar de criação: ele fazia filmes a partir de uma única ideia, cena ou sequência que povoava sua mente, desenvolvendo todo um enredo para encaixar essa determinada obsessão.

Assim foi com o chuveiro no qual Janet Leigh se banha. A filmagem da morte da personagem durou sete dias e exigiu 77 posições de câmera, no intuito de capturar todo e qualquer ângulo. Foi na montagem que Hitchcock deu o ritmo eternizado por aqueles três minutos de cena e potencializado pelos estridentes violinos da composição musical de Bernard Herrmann.

O pavor causado por "Psicose" também se deve à encarnação de Anthony Perkins como o frágil Bates. Dono de um motel falido na beira da estrada, o misterioso rapaz vive solitário com a mãe doente e deseja Marion Crane desde o primeiro instante em que a vê. O espectador primeiro sente piedade, depois desconfiança, em seguida dúvida e, por fim, medo.
A fusão final, com o rosto de Norman sobreposto ao do cadáver da mãe e ao porta-malas do carro onde está depositado o corpo desnudo de Marion, reforça, em termos puramente cinematográficos, o caráter assombroso da criação de Hitchcock. Cinco décadas depois, "Psicose" ainda é capaz de provocar frisson em velhos e novos espectadores. E isso é para sempre.


Para relembrar
Não apenas um filme, “Psicose” se tornou verdadeiro ícone da cultura pop. Existe uma infinidade de livros, teses, documentários e referências que prestam tributo ao filme de Hitchcock. Até mesmo a cena do chuveiro ganhou, em 2010, um livro dedicado apenas a dissecá-la – “The Girl in Alfred Hitchcock’s Shower” (a garota no chuveiro de Alfred Hitchcock), de Robert Gray.

Em maio deste ano, a 63ª edição do Festival de Cannes, na França, fez a sua parte e exibiu uma versão restaurada do filme. “Psicose” passou por rigorosa recauchutagem, especialmente sonora, o que valorizou os acordes musicais de Bernard Herrmann e a utilização estética do som e ruídos de ambiente no desenvolvimento do suspense no filme. O mais interessante é que, na sessão de Cannes, aproximadamente dois terços do público presente à lotada sessão nunca tinha assistido ao longa, segundo enquete realizada ali, no calor da hora.

A melhor forma de relembrar “Psicose” em seu cinquentenário é rever o filme nas várias versões lançadas em DVD no Brasil (a diferença entre uma e outra está nos extras) ou na edição especial em Blu-ray, lançada justamente para celebrar o aniversário da produção.

Também ler o monumental “Hitchcock/Truffaut” se torna tarefa de primeira linha. O vasto livro em que o francês François Truffaut trava um longo diálogo com o cineasta inglês é referência sob qualquer aspecto relativo ao cinema. Só sobre “Psicose” são 19 páginas, incluindo fotos de bastidores e decupagem de cenas importantes.

*Originalmente publicado em O TEMPO no dia 20.8.2010

domingo, 15 de agosto de 2010

CURSO CINEMA MUNDIAL: UM OLHAR, ALGUMAS POSSIBILIDADES DE ANÁLISE

por Ursula Rösele

Caros,

gostaria de convidá-los para um curso que iniciará a partir de segunda-feira. O curso pode ser pago por todas as aulas ou para cada dupla, em que a primeira aula se consistirá de um panorama pelo tema e na segunda iremos assistir a um filme e discuti-lo depois.

Ursula Rösele (Crítica de Cinema pela Revista Eletrônica Filmes Polvo – www.filmespolvo.com.br /Mestranda em Cinema pela UFMG)

Início: 16/08/10 - Término: 08/09/10 - Horário: 19h às 22h (Segundas e Quartas)

Aulas 1 e 2 (16 e 18/08): Primeiro Cinema, do mudo ao falado, a cor, o cinema de gênero, os grandes diretores e movimentos ao redor do mundo.

Aulas 3 e 4 (23 e 25/08): Woody Allen: o amor e ódio que rodeiam seu cinema.

Aulas 5 e 6 (30 e 01/09): Cinema Documentário: de Flaherty a Vertov, do documentário clássico ao rompimento com as barreiras real e ficção.

Aulas 7 e 8 (6 e 08/09): Documentário brasileiro contemporâneo.

Local: Poterie Atelier – Rua Eurita, 62 Santa Tereza / Contato: 3282-8061 / 8425-2821

sábado, 7 de agosto de 2010

"A Origem", de Christopher Nolan

por Marcelo Miranda

De cara é bom esclarecer: “A Origem” não revoluciona, não inova, não é brilhante. O pesado marketing em torno do filme tenta vender a ideia de estarmos diante de uma nova forma de se olhar a ficção científica, de uma nova filosofia dos sonhos, de um novo conceito. Nada disso – nem muito menos é um trabalho “onírico”, como já se classificou (oníricos são filmes de David Lynch, Luis Buñuel ou Alejandro Jodorowski). O que “A Origem” tem de atraente me parece ser, de imediato, a forma bem executada como desenvolve seus próprios conceitos. Em suma: o filme interessa não pelo que supostamente oferece de “novo”, mas pelo que ele faz tão bem de “velho”.

Depois do sucesso arrebatador de “Batman – O Cavaleiro das Trevas”, o diretor Christopher Nolan ganhou carta branca da Warner para fazer o que bem quisesse. E fez esse projeto, que acalentava há uma década. Há, de fato, um certo ar de brincadeira juvenil em “A Origem”, e curiosamente isso faz muito bem ao filme. Trata seus assuntos centrais – sonhos, amores perdidos, culpa – através do filtro de gêneros: estamos num longa de ficção/ação/aventura no qual existe uma missão central que precisa ser completada por um grupo de pessoas.

No entorno, Nolan vai lançando as demais questões e, a certa altura, o espectador é capaz de esquecer por que, afinal, aquele bando de gente – liderado por um Leonardo Di Caprio em chave semelhante à sua interpretação em “Ilha do Medo”, de Martin Scorsese – está invadindo sonhos alheios. Isso pouco importa. Muito mais interessante é curtir a viagem de Nolan e toda a molecagem camarada que ele vai lançando a cada sequência e a cada momento cartilha-explicativa.

“A Origem” se configura um filme mais relevante se pensado no contexto da obra do diretor. Soa exagero chamar Nolan de “autor”, como também se tem feito em alguns espaços. Ele possui características que o identificam, mas está longe de possuir uma identidade estética, um olhar específico sobre o mundo (e sobre o cinema), uma forma de encenar que o diferencie de congêneres. Nas categorias artísticas, ele estaria mais para um eficiente artesão.

No novo filme, Nolan problematiza a própria condição de criador. Ele já o tinha feito em “O Grande Truque” (2006), mas com “A Origem” a questão sobre os limites do cinema enquanto espaço onde há a eterna disputa real versus a ficção se torna o cerne do filme. Nolan embaralha conceitos e cria dilemas para seus personagens resolverem dentro de um jogo narrativo com várias possibilidades de saída. É como o labirinto que a personagem da atriz Ellen Page precisa criar: ela o desenha em dois minutos para que a pessoa saia dele em 60 segundos. Este é o desafio de Nolan desde a conceituação de “A Origem” – qual a melhor forma de olhar ao redor: pelo viés da fantasia ou da realidade? E o tempo está correndo.

A se pautar por trabalhos como os dois “Batman”, que tentam trazer para o universo realista uma criação essencialmente ficcional, Nolan tende a preferir deixar a imaginação de lado. Porém, considerando “A Origem”, percebe-se um questionamento muito mais intenso em torno do ofício de realizador; e a luta interna dentro da tela resvala na empolgação externa de quem se entrega a ela. Muito por conta disso, “A Origem” é uma experiência bastante agradável de acompanhar.

*Originalmente publicado em O TEMPO no dia 6.8.2010

domingo, 1 de agosto de 2010

Seis graus de separação cinematográficos para Kevin Bacon



por Nísio Teixeira






Inspirados, talvez, nessa história de seis graus de separação, uns caras fizeram um site curioso, desafiando o cinéfilo a conseguir sequer atingir esses seis graus, cinematograficamente. O site é o "Oráculo de Bacon", que lança mão do banco de dados do IMDB. Tentei vários nomes, alguns mais antigos, de outros países, e mal conseguia passar dos três graus. Alguns, aliás, com diferentes links de possibilidade de conexão cinematográfica. Foi digitando errado o nome da atriz Lilian Gish, que consegui atingir meu recorde: quatro graus de separação entre Lilian Lish, obscura atriz grega de um filme só da década de 1950, e o nosso footwinner Kevin Bacon. Mas, por que o Bacon? Vai entender o mundo...


http://oracleofbacon.org/index.php

Lilian Lish
was in
Ekeines pou den prepei n' agapoun (1951)
with
Koulis Stoligas
was in
O ippolytos kai to violi tou (1963)
with
Andreas Katsulas
was in
Executive Decision (1996)
with
Oliver Platt
was in
Loverboy (2005)
with
Kevin Bacon