por Marcelo Miranda
O Exterminador do Futuro 3 - A Rebelião das Máquinas tornou-se daqueles filmes malditos que todos parecem querer ou tentar esquecer. Lançado nos cinemas em 2003 com uma baita repercussão (afinal, era continuação de uma franquia de imenso sucesso que parecia acabada mais de dez anos antes), não rendeu nada, nem em boas críticas nem em público. Resultado: quando resolveram ressuscitar (de novo) a série, os produtores decidiram ignorar o terceiro filme.
Ainda não vi O Exterminador do Futuro - A Salvação, que estreou por esses dias nos cinemas. Mas revi os três anteriores. O que mais me ficou do amaldiçoado terceiro capítulo é de que ele foi, de fato, um autêntico suicídio comercial. O maior "pecado" do filme certamente é ter subvertido os dois anteriores. Mais que isso: ele torceu de ponta a cabeça as premissas e conclusões de James Cameron, em especial as do segundo filme - o mais adorado e cultuado pelos fãs -, e abriu milhões de possibilidades do que poderia ser, afinal, o tão assustador futuro dominado pelas máquinas e desenvolvido desde a primeira cena do longa original.
Como se não bastasse, o final de A Rebelião das Máquinas é de uma ousadia extrema e absurda, pois leva às últimas consequências o destino apregoado pelo personagem John Connor, terminando em chave sombria, pessimista e bastante assustadora. Na verdade, hoje, todo o longa se parece um autêntico filme B de alto orçamento, com direito a resoluções ambíguas, interpretações no limite do caricato (que o diga Claire Danes) e um típico desfecho apocalíptico.
O público rechaçou a audácia do diretor Jonathan Mostow e preferiu ignorar o impacto que ele consegue provocar. Nem mesmo as excelentes cenas de ação, com um Schwarzenegger mais contido do que se seria capaz de imaginar e a vilã da ex-modelo norueguesa Kristanna Loken cheia dos remelexos digitais, foram suficientes para gerar interesse. O filme foi jogado às chamas. Felizmente, a quem se dispuser, e aproveitando o embalo da nova produção em cartaz, ainda é tempo de resgatá-lo.
Abaixo, a quem quiser ver ou relembrar, o melancólico e subversivo final de O Exterminador do Futuro 3.
Um comentário:
Sensacional esse final. Tinha me esquecido de como saí do cinema impressionado com o espetáculo.
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