sexta-feira, 5 de junho de 2009

O ponto sem volta

Por Leo Cunha




“Lee Marvin é Walker: caça e caçador”. Assim anunciava o trailer de À queima roupa (Point Blank, 1967), de John Boorman. A seqüência acima é magistral em seu jogo de ritmos: primeiro um plano estático (quem balança é o barco, e o coração de Walker), quando ele descobre a traição da esposa. Depois cenas paralelas, montagem ágil, jogo de espelhos, passos nervosos no corredor, os tiros. Ao final, outro longo plano, estático, com a confissão da esposa infiel.

O início do filme é hipnótico, como disse certa vez Tarantino: “o tap tap tap tap obsessivo de Lee Marvin andando no corredor, até aquela explosão de violência, quando ele descarrega a pistola numa cama vazia! Demente. Nem preciso dizer que eu sou fanático por Lee Marvin”.

O título deste post é uma referência ao título francês do filme: “Point de non-retour”.

2 comentários:

Marcelo Miranda disse...

Vi ontem OS ASSASSINOS, do Don Siegel, e Lee Marvin brilha, como sempre. A voz dele, em especial, é presença fundamental no filme...

Murilo disse...

Que decupagem é essa hein? Vou procurar imediatamente pra ver. Boorman é impressionante, e imagino a paixão que Tarantino deve ter por ele também - a cena do estupro de Ving Rhames diretamente inspirada em Amargo Pesadelo.

Esse do Don Siegel é o remake do filme com o Burt Lancaster, do Siodmak, não? Falando em Siegel vi no fim-se-semana o Fuga de Alcatraz, e que aula de ritmo. Uma maravilha.