por Leo Cunha
Para um cineasta com tamanha cultura musical, como Clint Eastwood, parece estranha a opção por certas músicas de fundo em Invicuts. A melosa “Color blind”, por exemplo, quase destrói uma ótima cena.
Em compensação, a seqüência do hino nacional no jogo de rugby é um dos pontos altos do filme, momento chave do (bom) uso político do esporte e da arte. Mas, enquanto esta cena de Invictus não aparece no You Tube, vale a pena relembrar outras memoráveis, centradas no hino nacional.
Para começar, a mais que clássica cena em que a Marselhesa se sobrepõe à música nazista, em Casablanca. Símbolo da resistência, é capaz de arrepiar até o espectador que já assistiu mil vezes ao filme.
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Outra cena interessante é a do hino soviético, que antecede a grande luta de Rocky 4. Ela coaduna a música (que naquele momento histórico representava o hino inimigo, para os americanos) com imagens que – pela iluminação, enquadramentos e movimentos de câmera –remetem ao cinema russo e seus cartazes do início do século XX).
Partindo para a comédia, vale lembrar Borat se intrometendo num rodeio e num jogo de beisebol, no interiorzão dos EUA, e cantando um hino totalmente fake do Casaquistão, com direito a frases como “nossas prostitutas são as mais limpas do mundo, fora, é claro, as do Turcomenistão” e “venha agarrar o pênis do nosso poderoso líder”.
E, como não encontrei no You Tube a cena do hino em Duck Soup, dos Irmãos Marx, termino este texto com o delicioso deboche do tenente Frank Drebin (Leslie Nielsen), em Corra que a polícia vem aí. Depois de nocautear o tenor que cantaria o hino na final do beisebol, Drebin vai até o centro do estádio e simplesmente destrói o hino americano, para espanto de seus colegas e dos vilões.
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