quinta-feira, 13 de maio de 2010

Escrevendo em Cannes

por Rafael Ciccarini

Escrevendo de dentro do Grand Teathre: em minutos, começa mais um filme da Competição, cuja exibição para imprensa começa pontualmente (e são xiitas nisso aqui) às 8:30 da manhã. Já está no ar crítica de Tournée, de Mathieu Almaric. Correndo por aqui, aprendendo tudo e ao mesmo tempo tentando oferecer um trabalho decente aos leitores.

Ontem também vi Robin Hood, de Riddley Scott e estrelado por Russell Crowe e Cate Blanchett. O que dizer? Mais um filme chato e destituído de maior interesse feito por Scott, esse ex-cineasta em atividade. Aliás, Scott se transformou (ou sempre foi?) em um operário da indústria, alguém que apenas dá formas burocráticas a projetos megalomaníacos aos estilo velha Hollywood: Robbin Hood é filme de produtor, o próprio Crowe e Brian Grazer, conhecido produtor e responsável, por exemplo, por Código da Vinci.

Que, aliás, abriu o Festival de Cannes em 2007, em uma escolha tão estranha e questionável como essa: ainda que seja normal o festival abrir com um blockbuster (o festival tem patrocinadores e etc.) é curiosa a opção por um filme praticamente já estreado no mundo todo: uma coisa é ver “Up”, da Pixar, meses antes de ser lançado, outra é ver mais um arroubo grandiloqüente quase ao mesmo tempo de seu lançamento: se não é interessante pela novidade, nem pela qualidade, é interessante para quê?

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