Em Belo Horizonte, o Cine Humberto Mauro exibe até o dia 26 de julho o ciclo O Mundo de Tati, com quatro longas e vários curtas do genial diretor e ator francês.
Leia sobre o cinema de Jacques Tati nos excelentes textos de André Setaro, Leonardo Amaral e Paulo Ricardo de Almeida.
Acima, uma das cenas antológicas de As Aventuras do Sr. Hulot no Trânsito Louco (1971), que compõe a mostra.
Um comentário:
A primeira sessão da mostra, ontem, foi meio caótica. A energia elétrica caiu 3 vezes e, quando voltava, era preciso esperar mais um tempo até esquentar o projetor especial de legendas (o filme estava legendado em espanhol).
Mas valeu o esforço para assistir ao "Carrossel da Esperança", único longa do Tati que eu ainda não tinha visto em tela grande.
Encarando a sessão com espírito Poliana, dá até pra dizer que os problemas tecnológicos da exibição se casaram muito bem com o filme.
Como sempre, é Tati se encrencando com o progresso. Mas aqui é uma variação curiosa: ele é François, um carteiro daqueles bem tradicionais, que se envolve com a comunidade e não tem pressa nenhuma pra terminar sua rotina de entregas, sempre em sua bicicleta.
Até que um dia é exibido na praça da cidade um cinejornal falando dos carteiros norte-americanos, super-ultra-modernosos, que usariam até helicópteros. Todo mundo na cidadezinha começa a zombar do carteiro tradicional e ele resolve trabalhar à americana, na maior pressa do mundo. Claro que isso vai gerar um sem-número de gags maravilhosas.
Enfim, se fosse em outra mostra, os problemas tecnológicos incomodariam mais, mas neste caso até que fez o público pensar.
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