sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

Mostra de Tiradentes (6): "O Divino, de Repente"



por Marcelo Miranda


“O Divino, de Repente”, curta-metragem do diretor paulista Fábio Yamaji e exibido na segunda-feira, é um pequeno fenômeno. Estreou em julho do ano passado, no festival Anima Mundi, em São Paulo. Saiu com o troféu de melhor filme brasileiro do evento. E, dali em diante, já percorreu aproximadamente 30 outros festivais.

É o primeiro curta totalmente autoral de Yamaji, após dez anos de trabalhos em animação, making of e montagem. “O Divino, de Repente” tornou-se, para ele, uma forma inventiva de experimentar técnicas dentro de um mesmo projeto. O espectador assiste, em pouco mais de seis minutos, o uso de desenhos a mão, rotoscopia, stop motion e pixilation.

Tudo para embalar os repentes de Divino, alagoano criado na Paraíba e com quem Yamaji travou contato ao trabalharem no mesmo estúdio. Fascinado por aquela figura, de quem hoje é amigo pessoal, o animador decidiu registrar alguns de seus repentes e “deixá-lo falar de si mesmo”.

O diretor define “O Divino, de Repente”, como “um documentário com ficção experimental”. Divertido e sempre bem recebido, o filme ainda mudou a vida do próprio personagem-título. “Combinei de dividir com o Divino todo prêmio em dinheiro que o filme ganhar”, conta Yamaji. Como o curta é um sucesso por onde passa, Divino já conseguiu até mesmo voltar (de avião) à Paraíba, onde não ia há anos.

*Publicado em O TEMPO no dia 27.1.2010
**Foto de Alexandre C. Mota

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